quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Até que a morte os separe



Quem já ouviu essa frase? Acho que todo mundo que já foi numa cerimônia de casamento. Nesse momento, o padre e algum pastor a verbalizam como sendo o clímax do enlace matrimonial. Com isso eles já não estariam rogando praga?. Parece até que o casamento já é uma grande tragédia, por que tem coisa mais trágica do que a morte? Não seria melhor dizer até que a briga os separe, pois não daria nem tempo de esperar a morte?
Acho que ninguém casa para separar! Seria muito sadismo. Ainda mais, que o casamento é um momento especial, feliz e abençoado na vida das pessoas que se amam. O filósofo Arthur Schopenhauer disse que o casamento é uma dívida que se obtém na juventude e se paga na velhice. Quando ele disse isso há muito tempo  a separação era tida como algo praticamente incomum, e de fato só a morte separava um casamento mesmo. Deus sabe como o casal  se suportava ou se amava!
Infelizmente  tem pessoas que ficam ainda esperando essa tal morte chegar e fazendo do seu espaço no dia a dia um ringue, uma relação de gato e rato. Não contando ainda que a mentira ganha força e prevalece numa verdade mentirosa. E ainda muitas pessoas, numa hipocrisia, mantém o status de Casado(a) para se livrar de algum julgamento e de não perder algo material e, numa postura sórdida, preferem se torturarem e empurrarem com a barriga, até que  a morte os separe.
Já pensou que azar se depois dessa morte chegar alguém ainda fosse para o inferno? Também não se pode desprezar a morte como sendo algo ruim para alguns casos. Já pensou se não morresse um (a) teria que suportar o outro (a) até quando? Já ouvi até uma mulher dizer, quando se lembrou do seu marido - que já tinha morrido- graças a Deus, que aquele miserável já morreu e deve estar no inferno. Isso é que é raiva jogada para o outro mundo. Pelo visto esse casamento nem a morte os separaram. E tem aqueles (as) que nem esperam a morte do outro chegar e até a incentiva. Terrível!
E, partindo para aquela frase: na doença e na tristeza... é a coisa mais certa que o casamenteiro diz para vida de algumas pessoas que passam por esse drama e não se separam e vão se deliciando com a infelicidade do outro (a).
Casamento é coisa séria, é entrega é realmente se sentir dois em um. É amar sem limite, é completar algo que falta  na vida do(a) outro (a) de ser feliz, não pela metade e sim por inteiro. Sem cobranças. O grandioso Rubem Alves já dizia: “Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar”. E mais adiante ele diz: “Qualquer tolo sabe que o pássaro só fica se estiver na gaiola. O amor é cola fraca para produzir um casamento duradouro porque no amor vive o maior inimigo da estabilidade: a liberdade. É preciso que o pássaro aprenda que é inútil bater asas”. A realidade dói porque tem sempre um nessa relação na expectativa do amor eterno.
Vamos viver juntos e amar até quando puder...


Profº Mestre - Celso Lacerda

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