domingo, 21 de dezembro de 2014

É natal e será sempre natal!

O natal do meu tempo…O natal da minha infância. Se nos fortalecemos de sonhos é bom que eles sempre existam em nossas vidas. A figura do papai Noel tem que estar em nossos sonhos infantis sempre. Ela representa alguém que com a sua bondade vem nos trazer presentes e alegria. Tem uma das coisas mais belas da vida do que receber presentes? E ainda mais se esses presentes forem brinquedos. Um dos nossos primeiros sonhos esta relacionado com o papai Noel.

Voltando ao meu tempo… Ao meu tempo de criança. É natal! A minha casa nesse dia ficava diferente dos outros dias. Os móveis trocavam de lugar e não por outros porque a condição de minha mãe não permitia. Lembro-me que o sofá era degastado pelo tempo, mas nesse dia ele ganhava roupa nova, era coberto por um grande lençol de chita estampado que o enfeitava. A areia branca misturada com algumas folhas de pitanga era jogada por toda a sala e na porta de casa ficava uma palmeira plantada numa lata grande, forrada com papel de presente. Parece que a minha vida acanhada nesse dia ficava mais alegre. A mesa com uma tolha com desenhos de natal era enfeitada com um jarro contendo um galho de pitangueira e com um bolo que os meus olhos azuis fotografava a todo instante, aguardando a hora de degustá-lo. Degustar? Acho que ainda essa palavra não estava no meu dicionário, era comer mesmo. E a árvore de natal? Era um galho seco plantado numa lata pequena contendo areia branca e nos seus galhos alguns pedaços de algodão distribuídos e desarrumados, algumas (poucas) bolas coloridas e tristonhas esperavam um pisca-pisca que nunca chegava.

Não precisava sacrificar o peru, de colocar um porquinho na bandeja deitado de lado com uma maçã no focinho e de um queijo de cuia para que essa mesa ficasse mais bonita. A minha mesa, nesse momento, era a mais bonita de todas.

Era também nesse dia que se vestia roupa nova, poderia ser até um calção com listas ou liso amarrado com cordão e uma camiseta, mas era roupa nova e eu me sentia garboso. O meu coração de criança sonhava todo esse dia, imaginando que presente o amado velhinho traria para mim, chegava até me dar um friozinho na barriga quando pensava. Minha mãe dizia para mim que eu colocasse o meu sapato na janela que ele viria colocar o meu presente quando estivesse dormindo. Era um personagem que mesmo vindo de uma escuridão, do infinito não metia medo. Mas ficava pensando como ele iria a tantas casas atender às crianças. Nunca pensei que existissem crianças pobres e ricas. Eram crianças com seus sonhos. Não tenho lembranças de ter ficado chateado pelo presente que papai Noel trouxera para mim.

E chegado o dia 25 de dezembro… Pela manhã, bem cedinho, os meus olhos procurava o meu sapato e nem a via, pois estava escondido embaixo do meu presente. Gritava com a minha inocência alegre: Mãe venha ver o que papai Noel me deu E com um sorriso tão verdadeiro dizia para mim mesmo: Papai Noel veio! Papai Noel existe! Ele colocou no meu sapato um pequenino violão de plástico na cor azul com três cordas finas de nylon que nem precisava fazer “dum dum” porque eu já ouvia na minha alma todas as notas musicais que ele iria fazer pra mim mesmo eu acariciando-o com a palma da mão, desajeitado, em movimentos fortes e consecutivos.

De dentro de casa já ouvia vozes, som de apitos e de flautas, o bater da bola contra a parede e gritos de alegria vindo da rua.Era quando eu saia de casa com meu violão na direção dos meus amigos e amigas para mostrar-lhes o meu presente. E aos pouco iam chegando mais amigos e amigas, trazendo carros plásticos puxados por um cordão, sacos contendo gudes coloridas, bonecas de pano ou de plástico, pião, caminhão de madeira, cavalinho feito com cabo de vassoura, novelo de linha com uma arraia colorida. Sei que cada um de meus amigos e eu contemplávamos o presente do outro, arregalava os olhos, sorria, pedia até emprestado mesmo acompanhado da frase “ só um pouquinho”. Os nossos olhos brilhavam, parecia que todos aqueles presentes ( brinquedos )pertenciam a todos nós.

Diante de tudo isso os nossos sonhos e as nossas histórias não eram prontas, a gente criava e dava vida a esses seres inanimados que com um pequeno gesto ou toque alegravam a nossa alma.

Nunca diga a uma criança que papai Noel não existe!

É natal … Cada um de nós deve ser um papai Noel ou uma mamãe Noel para com os outros. E que um abraço, um beijo, um toque, um sorriso, uma atenção seja o nosso presente. Que a simplicidade e a humildade sejam sentidas como as mais essenciais!

Feliz natal!

Celso Lacerda

sexta-feira, 16 de maio de 2014

COMO ADQUIRIR O LIVRO EDUCAÇÃO, OBRIGADO PELO MEU FALAR

Adquira o Livro Educação, obrigado pelo meu falar – Autor Celso Almeida de Lacerda – Editora Livre Expressão, São Paulo/Rio de Janeiro.
ISBN: 978-85-7984-277-1 – Páginas: 232.

Você pode adquiri-lo diretamente com o autor Celso Almeida de Lacerda. Enviaremos pelo correio após confirmação do depósito bancário. Valor do Exemplar já com a taxa de postagem R$30,00(impresso registrado , 5 dias úteis para entrega para todas as regiões do Brasil) . Deixe sua mensagem no facebook da página do livrohttps://www.facebook.com/educacaoobrigadopelomeufalar?ref=hl, seu telefone , endereço, localidade que entraremos em contato. Ou fale com o autor pelo tel: (77)9971-7799 (vivo) ou pelo e-mail celsoalmeidadelacerda@yahoo.com.br
Boa leitura.
Prefácio do Livro:
O autor do livro Educação, obrigado pelo meu falar, Celso Lacerda, é um exemplo de que todos nós podemos superar os rótulos que recebemos com honestidade, fé, determinação e amor próprio. Desde a sua infância, ele sofreu com a gagueira, disfunção da fala que apesar de existir muito, não se dava a devida atenção na década de 1950. Sofreu preconceito na escola, no trabalho e com os amigos. Sentiu na pele a dor da indiferença humana, mas mostrou que reverter esse cenário é, acima de tudo, uma questão de atitude. Nesse caso, conseguiu vencê-la no mesmo ambiente em que foi identificada e até massacrada: a escola. A educação foi ora veneno, ora antídoto para o autor.
Tudo isso é contado de forma singular, bem-humorada e recheada de emoção, através de uma linguagem simples e acessível, como se estivesse conversando com o leitor – o que é extremamente convidativo e envolvente para quem está dando vida a essa trama de palavras.
Essa obra traz a possibilidade concreta do ser humano inventar, reinventar e se permitir vencer as barreiras impostas pela própria existência. Além disso, nos apresenta a necessidade de nos aceitarmos, de buscarmos nos entender e acreditar que somos capazes de conquistar aquilo que desejamos.
Cada capítulo consegue mexer com as nossas emoções e nos leva para a história de Celso, mas que podia ser também a sua, a de João, Roberto e Paula... A gagueira é tão comum que não seria difícil pontuar alguém próximo que tenha sofrido ou sofra com a sua permanência – e não com ela em si. Isso porque a gagueira, sozinha, não provoca nenhum sofrimento. Nesse processo, os vilões são homens e mulheres desprovidos de piedade e compaixão com o próximo e que, por isso, a ridicularizam e retiram a dignidade de quem a acolhe.
Por isso, muito mais do que um livro direcionado para aqueles que detectaram alguma dificuldade na hora de falar, essa obra é para todos os sujeitos que buscam refletir sobre a sua postura e almejam ser pessoas melhores.
Portanto, como ser humano, essa obra me comoveu de maneira completa por mostrar que a superação está ao alcance de todos, assim como a educação. Como filha, sou apenas orgulho por ter vivenciado parte dessa biografia e poder reconhecer que o meu pai continua sendo aquele herói que vislumbrei quando ainda era um botão de rosa branca. Uma linda história que merece ser repassada a todos da família e disseminada também dentro dos muros da academia.
Gabriela Lacerda Monteiro
Jornalista

sexta-feira, 14 de março de 2014

DIA DA POESIA 14 DE MARÇO!

Poesia é algo temperado de sentimentos que extrapola o meu corpo e voa para o firmamento sem pedir licença. É o enxergar e o canto da alma. É o saciar do espirito. É quando o despercebido é percebido e envolvente. Viva a poesia!
Celso Lacerda.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A LINGUAGEM NÃO TEM DONO!

Nas diversas linguagens estão incluídos vários pontos a serem observados tais como: a linguagem oral, corporal, musical, visual, artística, escrita e outras. Vygotsky já dizia que “ a função primordial da linguagem é a comunicação, intercâmbio social ”.
O que se percebe é que algumas pessoas se prendem a pouquíssimas coisas que sabem ou que decorou ao longo da sua vida e levantam essa bandeira de conhecedor da gramática, batem no peito e dizem: “ eu sei Português”. O sábio escritor holandês, Erasmo de Roterdã, já dizia: "Os grandes escritores nunca foram feitos para suportar a lei dos gramáticos, mas sim para impor a sua." Muitas vezes algumas pessoas, tidas como pessoas que falam e escrevem bem, usam desse artifício não para ensinar e, sim, para aparecer, desmerecer, por vaidade diante do outro (a). Muitos até sabem alguma coisa e se alimentam e vomitam palavras, frases, expressões porque têm uma coleira que é puxada a toda hora, mas não têm a felicidade de contracenar, com sentimentos, emoções e com a beleza da alma. O importante é se comunicar de maneira que o outro entenda. Tive a felicidade de ser aluno de uma escola pública e ter como mestre o grandioso professor e escritor Fraga Lima, meu grande professor de português. Lembro-me que nas suas aulas ele dizia para nós, alunos, que o que deveria ser essencial no português é a comunicação; a maneira em que a gente escreve ou fala só tem valor se o outro entender a mensagem.
Convivi em vários lugares, conheci pessoas humildes fantásticas que tinham o coração do tamanho do mundo, todavia, não tiveram a oportunidade de sentar no banco da escola; sentaram-se no banco da vida. Quantas saudades! Comunicaram-se comigo e eu as entendia. Pediram que rezasse a santo Antonho, que eu tivesse muita fé em Jesuse , me deram imbu e melencia e eu me deliciei, “comcerteza”. O Aurélio entendeu o jeito de falar imbu e aceitou. Mandaram que eu subisse pra cima e descesse pra baixo, entrasse pra dentro e saísse pra fora, tudo isso eu fiz. Deram-me um chá de capinho santo, curei a minha dor de barriga. Também preguntaram e mandaram lembrança pra mim, me convidaram para um nata e que eu fosse ver o prisépio bunitim, cheio de bichim com jesuse meninin e eu fui e me senti muito feliz. Que quando eu fosse à venda trucesse uma caixa de fosco para acender o fugão e ainda dizia o calvão tá moiado; comprei um mundo de troço pra mim comer; o trem ta atrapaiado; oia que brusa lindra toda avermeiada que comprei pra mim para dar certo com minha saia amalela; a chuva tá chuvendo de mazi; pegue a bassoura que quero barrer; a ceuveja tá gilada; a minha pranta tem fro; Deusi abençoe meu fio. E os conselhos: coidado com a murdida da abeia; vá brincar na porta da casa se você sair te dou uma mão de vaca na cara; “voçê" é muinta tranqila: prenda a sua cabra, poisque o meu bode tá sorto; Antonia e Warter juntaram seus cacarecos; muié tenha fé em são Rafae; coidado que o cardume de aves tá comendo o mio na roça; resolva o seu probrema, sei que tá dificio; coidado com a língua de Armerinda; a fia de vardelice é marvada; o mió sarapaté é de poico; menino, não cuma muntio pra você não se empanzinar; não passe naquela casa veia que tem livuzia; não beba café quente e saia porta fora, se o vento lhe pegar você entoita a boca e muitos outros.
Lembro-me de um senhor chamado Abílio, gente muito boa, cheio de brincadeira, pela manhã, bem cedinho, sempre aparecia na casa de minha mãe quando ela estava fazendo o café no seu fogão de lenha e minha mãe dizia: Abílio, pegue a cadeira e sente e ele de imediato ficava de cócoras e dizia: dona Terezinha, to aqui sentado no meu banco natura e ali ele acendia um cigarro feito de palha seca de milho e fumo de corda e se comunicava, pitando o seu cigarro e falava de tudo e minha mãe ficava horas sabendo das notícias dando-lhes atenção. Saudades. O escritor Francês, Anatole France, diz que: "O povo faz bem as línguas. Fá-las imaginosas e claras, vivas e expressivas. Se fossem os sábios a fazê-las, elas seriam baças e pesadas." Isso me faz lembrar Marcos Bagno, quando afirma que: ”A língua é como um grande guarda-roupa, onde é possível encontrar todo o tipo de vestimenta. Ninguém vai só de maiô fazer compras num shopping-center, nem vai entrar na praia, num dia de sol quente, usando terno de lã, chapéu de feltro e luvas. (...) Quando falamos ou escrevemos, tendemos a nos adequar à situação de uso da língua em que nos encontramos: se é uma situação formal, tentaremos usar uma linguagem formal; se é uma situação descontraída, uma linguagem descontraída e assim por diante”.
Hoje, infelizmente, as pessoas vivem no mundo se prendendo as coisas prontas, normas pré-estabelecidas, regras ditatoriais, procedimentos preconceituosos, fórmulas para seguir uma única direção, receitas sem erro, o baixar da cabeça para os ditos poderosos do saber. E Isso tudo para atender a quem? Para a subserviência perante você mesmo? E você fica como? Não sendo você e sendo outra pessoa?
Repense e reflita sobre a sua vida que é o bem maior que você tem. Ouça o que a sua alma tem a lhes dizer e deixe-a sobressair-se sobre o seu corpo, pois o que é mais belo e essencial na vida é ser feliz.
Se o jeito de falar e de escrever de uma pessoa enfim, a linguagem dela não é o que você quer ouvir e ver, deixo-lhe um conselho: passe um apagador na sua própria crítica sem compaixão, em você mesmo, e deixe que ele se comunique, na sua sinceridade, com alguém que os aceitam . Respeite a alma do outro, porque a língua é propriedade de quem fala.


Autor: Celso Almeida de Lacerda 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Dói mas passa!

A verdade dói
A mentira dói
A falsidade dói
A felicidade dói
A infelicidade dói
A decência dói
A honestidade dói
o relacionamento dói
A saudade dói
O amar dói
E dói, dói...
O que é que não dói?

Celso Lacerda

Feliz ano novo!

Parece até que Já é uma frase preparada e que todo mundo diz e escreve na passagem de um ano para outro. Vamos verbaliza-la e escreve-la trazendo-a da nossa alma um dos maiores sentimentos chamado amor. O amor é o mel da vida. Já dizia o grande poeta dos amores Pablo Neruda “ Se nada nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida”. Muito lindo!
A frase “ feliz ano novo” também geralmente vem sempre acompanhada de uma outra frase, “ adeus ano velho”. Não sei se a conotação é de saudade ou de desprezo. O meu sentimento é de saudade por ter me possibilitado vivenciar coisas mesmo com alguns sofrimentos. Mas, as alegrias superaram com muita fé em Deus. Esse ano velho fica cravado na minha história de vida, pois historia nunca morre vive para sempre. Esse ano velho foi de aprendizagem, me ensinou tantas coisas, conheci tanta gente boa, realizei alguns dos meus sonhos, recebi momentos de carinhos, fui respeitado. Não quero repetir os velhos erros e peço perdão. Sou um eterno saudosista! É como se eu prendesse tudo aquilo que passou num carretel de fio de nylon, com o seu fio tão transparente como a alma e vou segurando e desenrolando suavemente pela vida para não me perder nesse ano novo.
Feliz ano novo dito com a alma.
Celso Lacerda

“Se eu não for seu, não serei mais de ninguém”!

Forte isso, hein? Provavelmente, todo mundo já ouviu alguém dizer isso, até mesmo a própria pessoa já disse num momento de fragilidade, insegurança, desespero, perda e até por um ato de inferioridade do falante.
Essa é uma frase que geralmente é usada ou ganha vida sempre quando se trata de um relacionamento. O que acontece é que nessa relação sempre tem um mais eufórico que se desnuda perante o outro, no momento em que vive com a assombração da perda levando-o ao sofrimento antecipado. Com isso, causa a impressão de que com essa frase verbalizada tem o poder de querer colocar o outro no cativeiro e exigindo-o compaixão. Um amor algemado. Também já soube que essa frase dita foi uma grande mentira, ou seja as pessoas estão convivendo em outros relacionamentos. Graças a Deus.
Muito linda essa frase em determinadas situações em que o amor é correspondido. Mas em outras situações pode até acabar em tragédia. Parece até que a pessoa que está verbalizando ‘se eu não for seu, não serei mais de ninguém’ está criando um contrato carregado de uma assinatura recheada de sentimento, emoção e posse. Interessante é que o falante chega ao ponto de ferir a sua própria alma por mendigar um amor que às vezes não é nem correspondido.
A coisa é tão forte que chega até ser uma ação egoísta mesmo se escravizando e se sentindo cada vez mais um pote vazio. E sabe-se que um ponte vazio não tem nada pra oferecer. Fala-se muito que o amor é cego. Cego? Cego para quem não tem sentimentos, para quem se entrega de verdade e não é recebido. O amor é o mel da vida. O amor se entrelaça no coração do outro a ponto de sentir o encontro das almas sem medo, sem cobrança.
Amar sozinho numa relação é o mesmo que carregar água na peneira. Esteja aberto para o amor verdadeiro e cheio de cumplicidade. O amor existe!

Prof. Msc. Celso Lacerda