quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Árvore seca

Na beira da estrada você via a todos. E todos lhe contemplavam. Você chamava a atenção. O seu bailar com o vento estavam tão afinados que parecia uma entrega nupcial em que vocês mudavam de posição sem perder o prazer. A sua copa esverdejante acolhia a todos que necessitavam de um abrigo, de uma sombra...

Os pontilhados de cor esbranquiçadas que enfeitavam a sua copa desprendiam um aroma suavizando o ar. Dentre tantas outras árvores que enfeitavam esse cenário você estava tão visível parecia que as outras árvores recuavam para você se sentir mais majestosa.

Assustei-me quando, depois de algum tempo, lhe vi! Sem folhagem, com os seus galhos erguidos para o céu. Parecia pedindo socorro. A sua sombra não mais refletia na terra, as suas raízes não bebiam mais água. Os seus visitantes que cantarolavam, pulavam e acariciavam, os seus galhos os abandonaram. A chuva que deixava gotículas de cristais nas suas folhas e que lentamente deslizavam no seu corpo, hoje correm com pressa para a terra. O vento passava pelos seus braços tão facilmente que em uma das minhas observações, contemplei sua luta contra ele.

Mas agora você treme sem forças para o embate, e solitária e sem vestes espera o momento de cair ao chão,este que por sua vez, a fez erguê-la um dia para o céu e hoje lhe espera com carinho para um abraçar único de cumplicidade, nutrir a terra à espera de outra árvore.

Você será sempre aquela árvore emotiva na minha alma e estará sempre presente neste lugar e em muitos outros olhares, porque a sua lembrança nunca morrerá.

Celso Almeida de Lacerda

3 comentários:

Daniel - Irecê Ba disse...

Muito bom.... Este é o celsão que eu conheço. Blz Garoto
Abraço
Daniel

Jussanam disse...

Parabéns. Texto ótimo para se fazer uma reflexão em torno da vida.

Jussanam- Manaus

Ruan disse...

Amigo,
Gostei muito.Sou espirita. E você neste texto mostra o ciclo da vida. Parabéns.
Ruan
Recife- Pernambuco