quarta-feira, 21 de maio de 2008

Pra viver ainda há tempo

A adolescência passou por mim como um raio.
Eu era um ser adormecido diante de tanta beleza.
Com os olhos fixados na responsabilidade adulta
Vivia no amadurecimento precoce.
Esquecendo o vigor da juventude
Ate os elogios que me dispensavam eram passageiros
E sem importância.
Houve sinalização do que é viver,
Mas o meu pensamento estava preso no AMANHÃ.
As festas, os passeios e as diversões,
Representam um monstro que queria aniquilar-me
E o medo do amanha, era um fantasma,
Companheiro inseparável.
Sob a pele lisa do rosto como maçã
Carregava o franzir da velhice.
O AQUI AGORA foi anestesiado.
Não tive tempo de sentir e observar na maior profundidade
O canto, a brisa, a lua, o sol e os diversos sussurros que a vida nos oferta.
E hoje com meus 45anos
Vejo no rosto traços estampados
Pertinho do meu nariz, da minha testa, da minha boca,
Dos meus olhos azuis e da minha barba.
Estes que encantavam,
Onde a beleza se afinava e chamava atenção.
E eu nem percebia.
Parecia uma orquestra sincronizada
Onde a beleza se afinava e chamava atenção.
E eu nem percebia.
Hoje com meu cérebro de jovem
Reflito e concluo
Que o AMANHÃ
Fica muitíssimo distante
Do nosso propósito.
Quero viver
Quero somar 4 + 5 = 9 anos.
Pra poder sorrir sem medo,
Brincar satisfeito,
Falar o que quiser sem magoa. Ser natureza.
Amar, amar e amar....
E ao invés de dizer quando eu crescer...
Dizer: estou indo com a FELICIDADE.

Por Celso Lacerda
10.02.1999

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